A tarde acaba em mim
que sou eu o fim
Na luz que acaba amiúde
Árvore angulosa cheia de espinhos
galhos cravados num peito sozinho
Barco sem abrigo, sem ombro amigo
o mesmo medo antigo
Banho gelado no escuro
sou surdo mas sussurro
Rego com negro minha colheita de amores
que são negras as sombras de minhas dores